A partir de entrevista com o técnico Alexandre Rafael Patzer,
apresentamos uma reflexão sobre o preço dos fertilizantes, fator que tem
preocupado os produtores rurais em todo o país.
Entre tantos fatores que podem ser considerados, no campo
hoje vemos reflexos da instabilidade no mundo político: o preço de
fertilizantes subiu até 50% em alguns casos no Brasil em um curto espaço de
tempo. A escalada da tensão geopolítica que deu início à guerra na Ucrânia já
afeta o preço dos fertilizantes usados pelo agronegócio brasileiro. Além disso,
há possibilidades novamente de se conviver com a falta de fertilizantes
específicos como adubos nitrogenados e à base de Potássio.
O que podemos ter de concreto por enquanto é que existe
forte preocupação com o impacto da guerra na oferta desses produtos a partir do
ano que vem. A guerra entre Rússia e Ucrânia já produz efeito nos campos de
produção agrícola do Brasil. Os dois países têm relações comerciais com o
agronegócio brasileiro, mas o Brasil depende principalmente dos fertilizantes
russos. O Brasil depende da Rússia para o fornecimento de grande parcela das
matérias-primas para fertilizantes utilizados em lavouras como soja e milho,
principais grãos de exportação do país. Com adubos a patamares de preços mais
altos já conseguimos ver a campo muitos produtores diminuindo investimentos de
fertilizantes, o que resulta no empobrecimento do solo no nível de fertilidade
e causa menos produtividade nas culturas.
Entre as alternativas que podem ajudar a minimizar o
contexto de escalada nos preços de fertilizantes, segundo Patzer, pode estar a
abertura de jazidas de fósforo e potássio dentro do país, de forma sustentável
e equilibrada, o que facilitaria a logística e tornaria os fertilizantes bem
mais baratos.
Além disso, a ação da pesquisa e da assistência técnica com
novas proposições é um passo importante.
Por aluna-repórter: Larissa Vitória Kelm
(Fotos registradas por Alexandre Rafael Patzer, na Linha
Pederneiras)